
LOC.: A gente já sabe quanto o governo arrecada. Mas e o quanto ele gasta — e com o quê, exatamente? Uma nova plataforma ajuda a responder essas perguntas de forma mais clara: é o Gasto Brasil, ferramenta lançada em abril pela Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil, a CACB em conjunto com a ACSP.
Quem explica melhor o que é essa plataforma é o consultor Cláudio Queiroz, que lidera o projeto.
TEC/SONORA: Cláudio Queiroz, criador do Gasto Brasil
“Trata-se de uma plataforma que não nos traz o déficit público, mas por onde conseguimos entender melhor as despesas. O quanto e onde os governos, estados e municípios estão gastando”
LOC.: O Gasto Brasil permite acompanhar os gastos públicos de forma segmentada — seja por cidade, estado ou pela União. Os dados vêm direto do Tesouro Nacional e incluem despesas com pessoal, previdência e encargos sociais. Mas a ferramenta ganhou uma nova funcionalidade que promete ajudar ainda mais na análise dos gastos.
TEC/SONORA: Cláudio Queiroz, criador do Gasto Brasil
“Se eu entrar em qualquer município é possível ver as quatro principais contas dele: despesas com pessoal e encargos, investimentos, inversões financeiras e outras despesas correntes”
LOC.: Segundo o criador, a plataforma não tem o intuito de apurar déficit ou superávit. Com esses dados, o usuário consegue ter uma noção mais clara sobre a qualidade do gasto público. A nova função, chamada MAPAS, mostra inclusive quanto cada município gasta por habitante em encargos sociais e quanto investe na mesma proporção.
TEC/SONORA: Cláudio Queiroz, criador do Gasto Brasil
“Ela cada dia vai migrar para ver a qualidade dos gastos do governo — para ver se ele está gastando muito ou não e onde ele está gastando”
LOC.: E mesmo com um superávit registrado nas contas públicas — R$ 17,7 bilhões só em abril, e mais de R$ 72 bilhões no acumulado do ano — o criador do Gasto Brasil alerta que o governo vem gastando sempre mais, prova disso é a busca incessante por mais fontes de receita.
Esse alerta ficou mais evidente nas últimas semanas. O aumento do IOF, decretado no fim de maio, gerou forte reação do setor produtivo e acabou sendo parcialmente revogado após reunião com líderes do governo.
Na tentativa de reforçar o caixa, a equipe econômica anunciou um novo pacote, com medidas como taxação de 5% sobre rendimentos de LCIs e LCAs; aumento de impostos sobre apostas esportivas e mudanças na tributação de instituições financeiras.
O Gasto Brasil está disponível para qualquer cidadão, gratuitamente. Basta ar o gastobrasil.com.br. Uma ferramenta simples que ajuda a entender melhor onde e como o seu dinheiro — o nosso dinheiro — está sendo aplicado.
Reportagem, Livia Braz